sábado, 12 de junho de 2010
Cinderela sem sapatos
Houve um tempo em que meu coração batia descompassadamente, que minhas maçãs do rosto faziam uma espécie de ponte entre o sorriso e a mente.
Um tempo em que o intervalo das ligações equivalia a uma barraca de beijos, sempre com aquela espectativa de quem seria o comprador de meus lábios.
Houve um tempo em que a combinação da placa daquele carro me tirava do sério, fazendo com que sentimentos e sentidos se misturassem, se transformando em tema de estudo da semiótica.
Tempos passados, tempos recentes, tempos vindouros????
houve um tempo, em que dentes mostravam a alma, que olhares te enviavam ao paraíso, e que abraços vendiam roupas. Um tempo de rosas, de risos, de sabores e amores, com direito a pimenta no canto da boca pro sorriso ficar mas forte.
Houve um tempo, em que o próprio tempo não era marcado por horas, mas por beijos, por escritas, por passeios, por palavras, por cada frio na barriga ou encontros no supermercado.
Tempos que a princesa ficava no topo da torre, esperando o cavalgar daquele que a libertaria de sua profunda solidão, lhe garantindo o “felizes para sempre” que ela, sempre quis.
Houve tempos que eu lia livros, que chupava manga e lambuzava a cara, que ria até contrair a barriga, que fazia uma manha gostosa pra ter tudo que eu queria, e que no final do dia, tinha mesmo.
Houve tempos em que inocência era a alma do negócio, e que o principal comprador pedia em toneladas. Que os encontros com as amigas era uma bagunça, regado a histórias do passado e viagens sem fim pro eterno. Que borrar a maquiagem era sinal de sorte e que a vida tinha um sentido único de ser amor....
Houve tempos em que eu descobri a mudança e no meio desse tempo todo eu nem sei se aprendi a mudar.
E o que eu sou nos tempos de agora? Uma simples Cinderela sem sapatos, a espera do seu príncipe sem cavalo.
À vocês...queridas cinderelas um super presente...enquanto seus verdadeiros príncipes não vem...
E por fim...
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